DEZ CHAMAMENTOS AO AMIGO


Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo.
Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei.
E há tanto tempo
Entendo que sou terra.
Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu.
Pastor e nauta
Olha-me de novo.
Com menos altivez.
E mais atento.
Hilda Hilst

4 comentários:

Lia Noronha disse...

Saramar:a Hilda sempre nos revelou bem
o que a alma escondia!
Adorei o texto...repasso para amigos!
Boa noite de Domingo e beijos bem carinhosos.

Angela Ursa disse...

Amiga Saramar, que linda essas imagens poética da água e da terra. Beijos!

Santa disse...

Obrigada mais uma vez pela visita ao meu blog. Claro que podes fazer o link. Retribuirei.Será uma honra.

Quanto a votar não poderá mais porque encerrou hoje. Mas poderá entrar no link (banner) e deixar um comentário. É fácil: clique idioma "português";vá em "melhor blog"; encontrará uma busca, coloque "santa" e deixe o seu comentário.

Um abraço.

Anônimo disse...

Olhei mais atentamente e vi uma sensibilidade iluminada, um garimpar atento e uma poesia nostálgica e cheia de doçura!
Vou vir mais vezes - oásis são fundamentais!!!!
Valeu, Saramar!
Obrigada por partilhar!
Ana Carolina_Carol :)
Aniversariante do dia...rs..