DOS CAMINHOS DESFEITOS


Volto às ruas da velha cidade.
Entre cafés e tormentos, nada encontro
nem o eco dos sonhos que sonhei contigo.
Cansaram-se as pedras de esperar.
O tempo atravessou as antigas ruas
segurando minha mão, pedaço trêmulo
de uma ave sem asas e sem abrigo.
Eu, que me quisera Lígia,
pisando flores em caminhos de idílio,
nestas velhas ruas, deixei
o rubro traço dos meus pés feridos
e as marcas de sal nos muros
que souberam do nosso amor
para sempre perdido.
Saramar