TERNURA

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos.
Das horas que assei à sombra dos teus gestos

Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade
o olhar extático da aurora.

Vinícius de Moraes

6 comentários:

Wilton Chaves disse...

Ola´!
Li seu comentário em um blog de uma amiga, que tive uma enorme curiosidade em conhecer o seu. Uma grata surpresa, um interessante e inteligente blog.Combina arte com os falares. Uma lida em um poema de Vinicius é sempre obter o prazer da leitura. Passarei mais vezes. serei um leitor. Um grande abraço

Saramar disse...

Olá Wilton, boa tarde
Muito obrigada pela gentileza. Por favor, volte sempre e critique. Estou sempre tentando.

Lia Noronha disse...

Concordo plenamente com o meu amigo Wilton,que te encontrou no meu Cotidiano.
Foi uma grande descoberta pra todos nós...um lugar onde a poesia e o bom gosto vivem juntos.

Beijos carinhosos e boa noite.

Janaina disse...

Oi... obrigada por ter me visitado. Eu simplesmente AMO Vinicius de Morais. Vou voltar aqui sempre. Beijão.

Angela Ursa disse...

Saramar, que beleza de texto do grande poeta Vinicius de Moraes! Obrigada por compartilhar aqui! Beijo da Ursa

Anônimo disse...

Oi Saramar!Bom dia e Domingo!
Vim agradecer sua visita e ver suas publicações sempre muito lindas para nos deliciar,com suas belezas.Achei diferente seu blog,é da Uol?Quer me dar o prazer de tomar um cafezinho virtual comigo,vc escolhe entre cafe,cha ou chocolate quente.Beijos Dorinha