SOLIDÃO II


O homem é só.
Seu destino é andar sempre
com outros solitários.
De que vale o amor, se é uma
invenção banal, imprescindível?
De que vale o sexo, se está sempre
aquém da solitária imaginação?
De que vale ser homem
se só existe um em cada mundo,
se só existe um nos vários mundos?
Se, em um espaço vazio
aparece a solitária figura,
ela, só o que faz é multiplicar
sua solidão por milhões
e estampar em cada face a
culpa inexorável de estar-ser sozinho.
Por criar a teoria dos grupos,
como num teorema matemático
cuja percepção está no intangível
cosmo, que é a apenas a solidão
em ponto maior?

0 comentários: