MURALHA



Mar,
muralha
a nos separar
sem porto, sem cais
o mar anda por lá.
aqui é água lenta
de pântano escuro
e seus monstros
que à luz do dia
não se mostram jamais:
a saudade, sombra no peito,
o vinho que amarga a boca
e uma melancolia,
liame nos pés, no fundo.
Quanto mais o quero perto
mais a muralha se adensa.
À noite minhas mãos frágeis
mergulham em mim,
em lembranças quebradas,
e sei assim,
pelo gelo que encontram,
que se distancia cada vez mais.
Saramar

7 comentários:

Anônimo disse...

a distancia não ajuuda.

beijo e ótima semana

Olga disse...

Pensa no mar como um veículo que leva as saudades.
Gostei de ler, aqui o mar é obstáculo, é inimigo...

Tina disse...

Oi Saramar,

O mar amedronta e leva. Distancia.

beijo e boa semana,

Osc@r Luiz disse...

Distância é distância...
Não importam as barreiras contidas nela.
É distância igual.
Claro que não poderia deixar de linkar este espaço lindo aos meus blogs também.
Obrigado pela sua gentileza e por me mostrar esse universo paralelo.
Um beijo com carinho.

delusions disse...

palavras e mar. gostei muito.

Bjinho*
Boa semana

Anônimo disse...

Que bom que as águas seguem correndo por aqui. delicadas e belas como sempre... Estou bem, amando cada vez mais a vida e as pessas que dão luz e cor a essa vida... Retornei às revistas, que garantem o meu sustento; retomo, devagar, dois livros que caminhavam e um terceiro que, mentalmente, escrevi na UTI e agora me sinto obrigado a teclar... Logo me organizo e volto a visitar blogs queridos ou a teclar algumas palavras em meu espaço... De tempos em tempos... e sempre, me alimento por aqui.

Anônimo disse...

Saramar,
Gostava de ter escrito este poema, o sentimento existe, mas a inspiração...!
Um beijo.
miguel.