POEMA DA GARE DE ASTAPOVO
Postado por
Saramar
on quinta-feira, novembro 17, 2005
O velho Leon Tolstoi
Fugiu de casa aos oitenta anos
E foi morrer na Gare de Astapovo!
Com certeza sentou-se a um velho banco,
Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso
Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo
Contra uma parede nua...
Sentou-se ...e sorriu amargamente
Pensando que
Em toda a sua vida
Apenas restava de seu a Gloria,
Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas
Coloridas nas mãos esclerosadas de um caduco!
E então a Morte,
Ao vê-lo tão sozinho aquela hora
Na estação deserta,
Julgou que ele estivesse ali a sua espera,
Quando apenas sentara para descansar um pouco!
A morte chegou na sua antiga locomotiva
(Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...)
Mas talvez não pensou em nada disso,
O grande Velho,
E quem sabe se até não morreu feliz:
ele fugiu... Ele fugiu de casa...
Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade...
Não são todos que realizam os velhos sonhos da infância!
Mario Quintana
8 comentários:
Viu meu comentário no outro Blog?
CLÁUDIO.
Saramar, que beleza essa homenagem do grande Mário Quintana ao grande Tolstói! Imagine se fosse possível um encontro de verdade entre eles, hein? ;)) Beijos florestais da Ursa
Saramar: que linda poesia...como sempre o bom gosto habita o seu belo Falares.
Beijos carinhosos e uma boa noite de quarta-feira.
Oi Lindinha!
Pela primeira vez venho aqui no teu cantinho que aliás, é de muito bom gosto.
Adoro teus posts lá no Minuto Político.
Obrigado pela força e pelo carinho.
Um beijão em teu coração.
PS.: Aquela notícia, busquei no site do TCU mesmo.
Nino
Excelente elección, cómo todas las que nos regalas, Saramar.
Un tierno abrazo desde Madrid.
Hannah
Mais um post super legal. Parabéns.
Oi Saramar, lindo post! Uma estação é sempre um ponto de parada.
Dando continuidade ao nosso trabalho de preservação da arte popular, estamos com peças de artesanato do maracatu rural em nosso blog. Esperamos o amiga lá. Um abraço
Postar um comentário