INVERNO


A palavra não encobre a alma fria
O verso busca a claridade em vão.
Na escuridão das dores, gela-se a
palma da mão e o peito se encolhe,
despido de carinhos e calor.

O sol lá fora não muda o cenário
das flores mofadas e dos cristais
que não mais rolam em meu rosto,
gélidos, continuam cortando em mim,
gumes da saudade e do desamor.

Não busco mais os seus lumes
e o vento levou suas labaredas
para outros corpos já quentes
deixando-me aqui, só e nua.

Quem sabe, voltará, verão da minha vida!
Primavera e coloridos dos dias e madrugadas!
Saramar

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