MENTIRAS


Por onde vou dispersa em meu logro?
Não há linha, nem fogo a limitar os
rasgos de falsos amores que cultivo
ou a solidão a que me entrego,
mulher sozinha e sem abrigo.
Bebo, bebo nestes cálices inusitados
e o sabor da fome em meus lábios,
o calor das mãos que me roçam
e me desfazem em ventos loucos
nada mais são que mentiras quando,
desenfreada, acordo a noite
para que ouça meus lamentos.
Saramar

0 comentários: