DANÇA


no palco,
o amor dança.
Vermelho.

A cortina que o desvenda

cobre meus pés e a mímica que inventam,
de música que não é minha.
(terá sido?
será ido?)

Cuidei do amor
durante o ensaio.
sequei suas lágrimas,
refiz suas faces,
prendi as asas que usa (falsas),
soltei o cordão
livrando-o do chão.

O amor dança
e, de tão solto,
e da liberdade dos seus pés
na dança em que trama suas ilusões,
eu até creio, trânsfuga,
que um dia foi meu.
Saramar

Imagem: Gregório Gruber

8 comentários:

Anônimo disse...

Dança e faz dançar... Vermelho fogo que queima no peito...

Palavras belas dona moça, sempre... Adorei.;

:*

Janaina disse...

Como sempre, lindo. Já fico sem graça de elogiar porque eu sempre amo tudo que você escreve. E o amor deve ser assim sempre né? Um dançarino...

Nilson Barcelli disse...

Um poema de se lhe tirar o chapéu...
Gostei, mas isso já é habitual.
Bom fim-de-semana,
Beijinhos.

Anônimo disse...

Dançar no amor, de amor, por amor, com amor é sempre bom demais. Dançar e amar, sair do chão, seja como for, sempre vale a pena. Beijo.

DE-PROPOSITO disse...

Dançando, mas bem agarradinhos, para que não haja fuga. E convém que o AMOR não seja dançarino, porque requisitado como ele é, andará sempre a mudar de par.
Fica bem.
Felicidades.
Beijinhos.
Manuel

Anônimo disse...

Belíssimo poema!


A vida é uma dança.

De olhos fechados, à beira do Abismo...

Deliciosamente!


Abraços, flores, estrelas.

Moita disse...

Um dia será.

cheiros avulsos

Anônimo disse...

Uma dança que não permite ensaios e em cada passo um valsar único...
lindo final de semana doce Saramar
beijos