DELÍRIO


Seu corpo não é o lugar,
é a idéia dos meus sentidos,
é a pele que desbrava minhas mãos,
o acendedor de lampiões
e o abismo onde me desfaço
em líquido, vinho e veneno.
Seu corpo é o mar e,
submersa em sal,
descerro-me para sua invasão.
Vulcão,
seu corpo me deixa em cinzas,
poeira de amalgamar,
com todas as lavas me cobre
e me faz e me desfaz
no tempo dos seus desejos,
em curvas, em pélagos,
em píncaros e pontes,
em pêssego deliqüescente,
no seu corpo.
Saramar

Imagem: Ty Wilsom

10 comentários:

Verena Sánchez Doering disse...

siempre es un gusto llegar aqui y envolverse en tus versos
te doy las gracias por tus saludos en Escuridao y deseo que estes muy bien
una linda semana
besitos



besos y sueños

Angela disse...

Esta é a força do amar!

Um grande beijinho maravilhosa poetisa!

Paulo Silva disse...

Doces palavras encantadoras.
Simplesmente belo

Uma boa semana.

Daniele disse...

Querida Saramar,

Essa ode ao amor, ardor, desejos corpóreos é êxtase puro, como é a sua fina escrita.

Sublime,

Beijos,
Dani

spersivo disse...

Saramar,
Querida desculpe a ausência, mas tive alguns problemas no ano passado, inclusive dores nas maõs então baixei muito a bola em relação a navegar e comentar mesmo que sempre olhe seus blogs minha amiga (aliás o Escrevinhações está um luxo!). Sei que o bem querer é mútuo e não morre alimentado inclusive por "pessegos" que sonhamos. Só a Lia mesmo, com sua insistência e carinho, me consegue ainda fazer criar um blog conjunto, mas, cê bem sabe, ela só tem jeito de meiga. É uma mulher determinada que faz projetos e concretiza, ou seja, alguém de que o Brasil precisaria em cargos mais elevados. Bjao. S.

Unknown disse...

Maravilhoso Saramar!
És realmente uma poetisa maravilhosa e encantadora.
Este poema é uma homenagem ao amor e a quem ama!

Um beijo enorme

Páginas Soltas disse...

Uma delícia ler estes seus poemas!

Você escreve maravilhosamente..

Beijinhos da
Maria

Anônimo disse...

POr esas e outras é que adoro o que vc escreve!
Beijos!

Unknown disse...

inspiradíssima, é muito bom ler o que vc escreve!

beijo
Ju

Anônimo disse...

Ai, como eu gosto de ser poeta. E ser homem, andar reto, ter um caminho limpo à frente e atrás. Poder dizer o que eu sinto, como verdades, sem ferir, fazendo valer o lirismo como didática a que todos aprendam que a vida é boa, que a vida é um ofício, que a vida é para viver não para matar. Ai se meus filhos fossem como eu, sonhadores, que perdem ou acham tempo, bincando com as nuvens, contando estrelas, me arrepiando ao ver uma roza, valorisando os espinhos que a protegem. Ai, como doeria ser outra coisa que não esta, ter a vida em festa quendo um velório passa, porque se assenta em minha a caraa de que aquela alma não está perdida. Encontrou-se afinal, lá no édem, nos confins cos céus, ao lado de Deus, onde ferve a verve do cantador, do inventor dos sonhos, do sonho, do sono acordado, da vida pesada leve.
Amo a poesia como amo as mulheres e o que saem de suas bocas, o que se expõem aos nossos ouvidos quando, duvidosos, elas nos agazalham em seus regaços; ai vida bela assim, ai ventura sem fim, ai, agora uma mulher dentro de mim.

Um beijo

Naeno