Vim olhar o mundo.
Desço às ruas
palpito nas janelas
vejo as mulheres belas
e os homens em volta delas.
Eu, que mais me pareço
com as flores noturnas
sem cheiro ou perigo,
que não atraem borboletas
nem impressionam os passantes,
engulo os mistérios das ruas.
Desço às ruas
palpito nas janelas
vejo as mulheres belas
e os homens em volta delas.
Eu, que mais me pareço
com as flores noturnas
sem cheiro ou perigo,
que não atraem borboletas
nem impressionam os passantes,
engulo os mistérios das ruas.
Passo cuidadosamente,
sem desarrumar os outros sós,
sem arranhar as tramas,
os dramas de amor que,
se me lembro bem,
deixam sempre as pessoas nuas.
Vim olhar o mundo.
Saramar
6 comentários:
A dama da noite é uma flor noturna e é a mais perfumada delas :O)
beijos, querida e boa semana
MM
é assim que nos sentimos à vezes... observadores e transparentes...
muito lindo isso que escreveu
beijo
Ju
Este teu olhar é belíssimo.
O teu poema, para além de ter uma estrutura inteligente, é dito com elegância e musicalidade, através de boas metáforas e imagens muito bem conseguidas.
"Eu, que mais me pareço
com as flores noturnas
sem cheiro ou perigo,
que não atraem borboletas
nem impressionam os passantes,
engulo os mistérios das ruas."
Dizer desta maneira que passas despercebida, não está ao alcance de qualquer um.
Quem me dera ter sido eu a escrever este poema...
Beijos.
Eu vim-te olhar a ti, e acabei vendo o mundo...
E vale sempre a pena.
Beijo
Os dramas de amor sempre nos desnudam, sempre. E quando a gente menos precisa, quando a gente quer se esconder.
beijos querida, lindas palavras.
Lindo poema, o teu olhar panorâmico de curiosa, sem nada incomodar, sem tocar, só aos teus olhos contentar.
Um beijo
Naeno
www.poemusicas.blogspot.com
www.naeno.blogspot.com
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