Alguém diz com lentidão:
" Lisboa, sabes..."
Eu sei. É uma rapariga descalça e leve,
um vento súbito e claro nos cabelos..."
Eugénio de Andrade
" Lisboa, sabes..."
Eu sei. É uma rapariga descalça e leve,
um vento súbito e claro nos cabelos..."
Eugénio de Andrade
A alguém, um único alguém, importam todos os versos.
Se, por acaso, desarvorado, outro alguém degusta a ânsia
das minhas palavras espalhadas em arremedo de poemas
e nelas bebe o que me sacia e me abre os céus do amor,
percebe logo, em uma ou outra linha dispersa e morna,
que todas as luas acesas e os beijos estão encantados
do feitiço mais improvável.
Não me culpe, nem queira desvendar meu sentir,
se, porventura, alguma palavra tange a corda do querer
e desperta o desejo de amor semelhante a este meu amor
que não se cala, antes abre-se como portas arrebatadas pelo vento.
Não, não me culpe e nem me peça o que já não me pertence.
O meu amor, insubmisso e alheio ao que lhe nega o existir,
anda perdido pelos caminhos, buscando os rumos
de quem o tomou sem pressentir.
Saramar
Imagem: Fuessli
20 comentários:
*
pressinto,
que “esse” alguém,
busca a viagem do retorno,
,
conchinhas
,
*
Salve!
Também o meu amor anda perdido em tortuosos caminhos.
Belo texto, sem palavras!
Abraços
Um lindo poema postado na solitária madrugada.
Lindo, Saramar.
Cada um de nós possui uma amor assim, tomado sem o pressentir.Só que vocês poetas o sabem sentir como ninguém .
Ótima semana e um beijão.
lindo, é como se dissesse para "alguém", o amor se dá não exige, e se exige não exija mais do que ele pode dar...
Belo poema!
Gostei muito.
Bjs
eu mesmo queria revelar o meu sentir, minha gurua.
Saramar: uma viagem sem volta ...rumo ao amor!!!Bjus carinhosos.
Sem comentário.
Só comento a paixão que me brota da essência das palavras.
Saramar,
perdido entre quadros, exposições e viagens, tenho andado no meio das artes, mas daquelas das tintas, das formas. Ando um pouco afastado das artes sutís das palavras, que pintam sentimentos, dão-lhes tons e sons. Após tantos dias longe destes belíssimos poemas, refiz-me dessa ausência lendo-os todos e aquecendo um pouco o coração, que anda um tanto desarvorado.
Beijos. Carinho.
Salve Sara!
Saudades daqui...
Alegria por ver que continua lindo.
beijo e luz
Saramar, quem é que culpa?!
Um dia quem sabe...haverá encontro nestes desencontros.
Um beijo,
miguel
Adoro esse, já tinha lido lá no Suite Blog.
Abraço Saramar!
AMIGOS
Venho em nome da minha irmã Elisabete Cunha que hoje ás 15 horas recebeu um tiro no ombro defendendo-se de um assalto no seu carro e encontra-se na UTI,meu intuito é uma corrente POSITIVA para que ela se recupere o mais rápido possível.
obrigada!
gloria cunha
elisabetecunha1967@yahoo.com
Saramar lindo!!!!
Vou linkar esse também, amei!!!!
:)
gostei.
scaramouche.
Que lindo...Bjs e um lindo domingo!
Amiga Saramar,
Lindo! mas com um fim improvável?
Não, não me culpe e nem me peça o que já não me pertence.
O meu amor, insubmisso e alheio ao que lhe nega o existir,
anda perdido pelos caminhos, buscando os rumos
de quem o tomou sem pressentir.
Sem pressentir? É o drama, minha amiga!
Um abraço
ainda asim amar.
só.
a penas... ~
beijO
Belíssimo texto minha amiga!
Faz tempo que não vinha ao seu espaço sempre tão belo. Pouco tempo para me dedicar à blogosfera.Estou a tentar reactivar as minhas visitas. Tive saudades de estar consigo. Acho que você é uma das brasileira que conheço com mais conhecimentos de literatura portuguesa. Muitas vezes a vejo referir Fernando Pessoa, Eugénio de Andrade e outros.
E, os seus textos sempre são de uma profundidade imensa.
Cruzei-me consigo há tempos no espaço de Odele e admirei também o ser bonito que é.
Quero voltar mais vezes, assim a minha vida mo permita.
Beijinhos
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