Minha dor suburbana
é menor que os frágeis meninos
que morrem todos os dias
e suas pernas franzinas,
como de dançarinas.
Minha dor inerme,
minha dor sem peito,
é tão mal percebida,
que só aparece assim,
em palavras apagadas,
rasuras que apenas arranham,
o que realmente sinto.
Essa minha dor,
fruto de mesquinha semente,
que tragédia a gerou?
Talvez um amor perdido,
talvez um sonho tão repetido
que perdeu o sentido e desbotou.
Mas é forte, frutifica
e, atrás do pano barato da cortina,
cresce em madrugadas,
essa dor que me desatina.
Saramar
Imagem: Pamela Williams
é menor que os frágeis meninos
que morrem todos os dias
e suas pernas franzinas,
como de dançarinas.
Minha dor inerme,
minha dor sem peito,
é tão mal percebida,
que só aparece assim,
em palavras apagadas,
rasuras que apenas arranham,
o que realmente sinto.
Essa minha dor,
fruto de mesquinha semente,
que tragédia a gerou?
Talvez um amor perdido,
talvez um sonho tão repetido
que perdeu o sentido e desbotou.
Mas é forte, frutifica
e, atrás do pano barato da cortina,
cresce em madrugadas,
essa dor que me desatina.
Saramar
Imagem: Pamela Williams
12 comentários:
Querida Saramar...
Em primeiro lugar... desculpa as minhas ausências... o início do ano lectivo rouba-me todo o meu tempo...
O teu poema, como sempre, está lindo... Quão frágil pode ser a nossa dor... comparada com as dores do mundo...
Mas que gigante se torna no nosso peito...
Beijinhos...
Cada dor sempre é maior prá quem a sente.
beijos
Oi querida!
A minha dor desatina, verdade. E e'sentida.
Seus versos superam a cada dia. Quisera ter palavras para comenta-los. Obrigada por dividir.
Obrigada pelo carinho no comentario deixado no BM.(falta de acentos e' culpa do teclado aqui...)
beijos queria,boa semana.
Querida Saramar, nos brinda com um poema dolorosamente belo!
beijos,
Viver dói.
Bjo!
essa e minha dor...estou ate falando dela hoje...
Ai, ui, ai... que dor. Bati o dedo mindinho do pé no sofá! Que doloroso... rssssssss
Zoeirinha. Nem bati o tal mindinho em lugar nenhum.
Adorei a forma como descreveu suas dores internas... principalmente a comparação de nossas dores com a daqueles que estão morrendo nas ruas, sem pai, sem destino, sem amor. Realmente, o que pode ser pior e mais doloroso do que isso?
Aliás, vc escreve tão bem, me leva a viajar num nível de transcendentalidade tal, que nem sei o que comentar... parabéns! Lindo, lindo, lindo o/
Abraços o/
Querida Poetisa,
Uma dor que gera madrugadas, oferecendo a Luz que a enfrente e nos aponte um caminho.
Gostei muito!
Um beijo Grande.
partir a dor...:)
beijO
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Sempre que vejo uma criança na rua me dá um aperto no coração... Uma vontade imensa de poder fazer algo, mas vontade nunca mudou nada...
Quem supera é mais sábio do quem se desespera, e sabe que a dor é somente passageira ^^
Abraços!
A dor do poeta sensível é pior. É a sua dor sentindo a dor do mundo. Já reparou?
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