NEBLINA


"Alguns são nascidos para, na noite infinda, chorar. "
Willian Blake
Se já nem posso ser sua
anoiteço assim como quem dorme
em inesgotável madrugada sem sonhos.
Desperta, um vinho arranha a garganta,
um pedaço de lápis rabisca a folha branca.
Busco sua sombra na neblina mansa
que enregela flores no jardim.
Tanto frio, tanto.
Meus ossos doem,
minha alma dói,
meus olhos doem
dessa ausência já tão íntima
e da obstinada espera,
sem possibilidade, sem fim.

Saramar

11 comentários:

Luma Rosa disse...

Saramar!!
Depois das noites vem os dias! Grande certeza!! Boa semana! Beijus

Anônimo disse...

Quem me dera só os dias fizessem parte de mim, sem dor e saudade..
beijos

A.S. disse...

Saramar... quanto maior for o tempo de espera, mais intenso será o momento do reencontro!


Um terno beijo...

Pepe Luigi disse...

Espectacular a mensagem deste encantador poema, em que o desejo a intimidade e dor se misturam.

Um beijinho
do Pepe.

Anônimo disse...

Ai amiga, vc fala por mim...coisas que não sei colocar no papel...
Que lindo!

Chiko Kuneski disse...

Lindo poema. Dá exata a idéia da solidão e da falta de rumo de um náufrago em meio a um nevoeiro.

Tiago disse...

Íntima ausência, forte presença, tristes lembranças.

Belo poema, beijos e bom início de semana.

Mário Margaride disse...

Querida Saramar,

Por vezes ficamos com o coração ofuscado por alguma neblina.
Mas logo o sol descobrirá, para voltar a brilhar.

Lindíssimo poema!

Beijinhos

PELADUZ disse...

Um vinho,
belo encanto.
Adoça a boca,
acende a alma.

Tina disse...

Oi Saramar!

Faço parte desses "alguns" com certeza. Adoro versos seus.

beijos querida e boa semana.

Leticia Gabian disse...

Escreves divinamente!
Vou ali, depois volto a ler mais um pouco. Sempre gosto muito do que escreves e como escreves.

Beijo grande pra ti