INSÔNIA II


Continua a madrugada.
Pesa em meu leito a névoa,
a lua se esquece sempre de ir.
Aqueço-me com os velhos dias.
As lembranças,
lobos que assaltam em banquete,
simulam os sonhos que não alcanço.
Continua a madrugada.
E já parece meio dia, dia inteiro,
mas nenhuma estrela se apaga.

- Deixem-me, lobos,
companheiros das longas madrugadas.
Não quero, sobre os velhos dias
me debruçar e, Narciso às avessas,
encontrar apenas desolação e tristeza
.
Saramar

Imagem: Joel Sartori

4 comentários:

Claudinha ੴ disse...

Tem razão, não queira mesmo se debruçar em pesadelos, prefira antes os sonhos e dance com os lobos... Beijos!

Fernando Palma disse...

"a lua se esquece sempre de ir."
"Narciso às avessas"

Muito bom.

Na insonia, a amizade cresce com lobos, com o silêncio e até com as sombras.

Obrigado pela participação sempre tão bem vinda em meu espaço.

abraços, nuvens, estrelas..

Rose disse...

Sara...
Feliz estou, minha querida poeta-amiga-irmã... tão bom te ter lá na minha casa.
Lindo poema querida, como sempre.
beijos na tua alma, estou com saudades.

Unknown disse...

Que lindo Saramar!
Gostei de tudo aqui, parabéns!
Obrigada pelo recado que vc deixou sôbre o meu poema no flog do Zé!
Bjs pra vc!
Gena