Partem, enfim.
Flechas de perfeito arqueiro,
desabalam-se pelos tempos
por dias inteiros e noites eternas.
Saltam em revolteios,
indecisam-se e, no entanto,
seguem, sem ver o fogo
que flanqueia seu caminhar,
quase vôo.
Não há cerca, nem céu
e o mar se encolhe e os rios se abrem.
Não buscam o pouso pois destino não têm.
Vadios? Vazios?
E voltam, voltam em seus passos,
em círculos, em súbita revolta, em si.
E seguem cegos para enfim,
se perderem, desfeitos.
Saramar
Flechas de perfeito arqueiro,
desabalam-se pelos tempos
por dias inteiros e noites eternas.
Saltam em revolteios,
indecisam-se e, no entanto,
seguem, sem ver o fogo
que flanqueia seu caminhar,
quase vôo.
Não há cerca, nem céu
e o mar se encolhe e os rios se abrem.
Não buscam o pouso pois destino não têm.
Vadios? Vazios?
E voltam, voltam em seus passos,
em círculos, em súbita revolta, em si.
E seguem cegos para enfim,
se perderem, desfeitos.
Saramar
Imagem: Nikki Crane
4 comentários:
e que lindo devaneio....
beijo vagabundo
Pudessem nossas almas, depois de idos os anos de vida, transformarem-se em fogosos corcéis num tropel eterno pela eternidade sem fim, e gozar o gozo de apenas ser um corcel a correr sem ter necessidade de onde chegar.
Cordial abraço.
Lindíssimo desvaneio!
A tua poesia tem o dom de nos fazer sentir cada palavra, cada verso!
Beijinhos
Flecha certeira com rumo incerto. Ficou demais Saramar, não sei de onde tirou que anda sem inspiração.
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