NOITE PROFUNDA


As dores e a escuridão me cercam
em inexoráveis volteios.
As sombas vão e vêm em bailados frios
dentro da minha alma cansada.
A noite é constante
e impede o sol de entrar pelas janelas
e frestas invisíveis
Uma imobilidade me ameaça a
qualquer tentativa de reação.
Os passos me levam celeremente
para o desastre.
A cada novo dia,
mais se aproxima o abismo.
Os presentes que quis oferecer
morreram em minhas mãos inábeis.
Os carinhos que precisava receber
estavam escondidos em mentes
esquivas e lá permanecem.
Afugento o futuro e
me arrependo do passado.
Tudo tão tardiamente.
Tudo tão infinitamente tarde.
Saramar

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