PORTA FECHADA


Limpei a pele
E troquei o batom.
Mesmo assim
Seu beijo foi de giz.

Abandonei o meio termo
E escrevi o meu amor em seus poros
Com longas e líquidas letras
E você, muro.

Virei carpideira e, insone,
Revirei suas palavras em busca
De alguma carícia perdida.
Encontrei ácidos e sal
Além de paralelas conjugações.

Ultimamente
Tranquei a porta e ando aflita
Em meus corredores,
Veias cheias
De suas lembranças.
Aqui, não entra mais.

Mas, há uma janela apenas meio cerrada
E voltei a usar o batom vermelho.

Saramar

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