AMANHÃ
Postado por
Saramar
on quarta-feira, abril 30, 2008
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Amanhã, vou mudar o rumo,
das lágrimas, cansada.
Amanhã, abro a arca,
largo as pedras, ergo os olhos.
Amanhã, desde cedo girassol,
giro o mundo.
Amanhã desfaço o prumo
da certeza.
Não me aprisionará
com o medo, com o certo.
e tonta e tanta
pensarei em borboletas,
Amanhã, vou voar.
Saramar
SILÊNCIO
Postado por
Saramar
on quinta-feira, abril 24, 2008
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Da saudade já disse
e da boca nua e fria
de desolação.
Adormeço as palavras na pele
na mudez de todo dia.
O silêncio espanta o sono
guardado no verbo insensato
de quem ama o desvario,
de quem planta o pranto.
Já mais não falo
meu silêncio agoniado
dói nos olhos da noite.
Insone sigo
olhando a dor por dentro.
Saramar
e da boca nua e fria
de desolação.
Adormeço as palavras na pele
na mudez de todo dia.
O silêncio espanta o sono
guardado no verbo insensato
de quem ama o desvario,
de quem planta o pranto.
Já mais não falo
meu silêncio agoniado
dói nos olhos da noite.
Insone sigo
olhando a dor por dentro.
Saramar
DESUMANIDADE
Postado por
Saramar
on sexta-feira, abril 18, 2008
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Em algum lugar morto
jaz uma boneca sem dono
Seus olhos incapazes de chorar
brilham sobre o tapete
em incompreendida solidão,
órfã de eterna infante.
Nunca mais mirará
os olhos de cuidado e deleite
que brilhavam como os seus
no entanto diferentes.
Hoje, todos os olhos são inúteis
e não haverá nenhum balão
de feliz aniversário.
Saramar
Imagem: Vivi Tesche (Flick)
SOLIDÃO
Postado por
Saramar
on quarta-feira, abril 16, 2008
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Sozinha
a mesa posta
e o vinho
as flores vesgas
de mirar a janela.
Sozinha com minha esperança
de que o mundo vire
e o mar recolha suas águas
algum milagre pequeno
que desperte
o que não passa, não passou.
só tristeza,
o cristal marcado de batom,
a boca de ninguém.
Solidão.
Saramar
a mesa posta
e o vinho
as flores vesgas
de mirar a janela.
Sozinha com minha esperança
de que o mundo vire
e o mar recolha suas águas
algum milagre pequeno
que desperte
o que não passa, não passou.
só tristeza,
o cristal marcado de batom,
a boca de ninguém.
Solidão.
Saramar
Hoje também estou aqui.
DAS SOMBRAS QUE ELE DEIXOU
Postado por
Saramar
on domingo, abril 13, 2008
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Na passagem das horas,
o tempo de frio e sombra
zomba dos medos que guardei
sob o sorriso torto de quem finge.
já nunca amanhece, perdi as auroras.
o pulso da hora, a galope, foge
levando o amor indiferente,
deixando a murcha vida
e pobre e nua.
Mesmo neste desalento,
sob o peso do tempo que tinge o amor
com o branco do esquecimento,
fecha-me a garganta, o coração
em desnoteio,
como se ouvisse a voz de quem partiu
encerrando a noite que deixou.
Breve sonho
engano de quem ficou.
Saramar
o tempo de frio e sombra
zomba dos medos que guardei
sob o sorriso torto de quem finge.
já nunca amanhece, perdi as auroras.
o pulso da hora, a galope, foge
levando o amor indiferente,
deixando a murcha vida
e pobre e nua.
Mesmo neste desalento,
sob o peso do tempo que tinge o amor
com o branco do esquecimento,
fecha-me a garganta, o coração
em desnoteio,
como se ouvisse a voz de quem partiu
encerrando a noite que deixou.
Breve sonho
engano de quem ficou.
Saramar
Imagem: Kevin Rolly
DO MEU AMOR
Postado por
Saramar
on quinta-feira, abril 10, 2008
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Amantes de outonos ou dos pedidos ao tempo
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Saramar
on quinta-feira, abril 03, 2008
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É de outonos que me disfarço,
vento na manhã,
o tempo violando cortinas,
passos tangidos na premência de ser já primavera
colorindo estes muros mortos de sono.
Nas calçadas inelutáveis dos dias,
ao som dos saltos e do gemido das folhas,
o vento se despedindo do que fora árvore
sonho o destino dos pássaros, alto,
de caminhar entre o vento.
(e chegar, enfim, aos teus braços).
Nos outonos de que me visto,
nunca te esqueço e, como pedes,
peço ao tempo as horas maiores
de voltear em teus braços
frágil fêmea em flerte,
nas mais tontas danças,
o vento voluteando-nos.
Eu peço ao tempo, o maior do dia
a hora mansa e quente
os chãos de amar
em cores de amantes,
semelhantes, todos semelhantes
no querer.
peço ao tempo, o tempo de te encontrar.
Saramar
vento na manhã,
o tempo violando cortinas,
passos tangidos na premência de ser já primavera
colorindo estes muros mortos de sono.
Nas calçadas inelutáveis dos dias,
ao som dos saltos e do gemido das folhas,
o vento se despedindo do que fora árvore
sonho o destino dos pássaros, alto,
de caminhar entre o vento.
(e chegar, enfim, aos teus braços).
Nos outonos de que me visto,
nunca te esqueço e, como pedes,
peço ao tempo as horas maiores
de voltear em teus braços
frágil fêmea em flerte,
nas mais tontas danças,
o vento voluteando-nos.
Eu peço ao tempo, o maior do dia
a hora mansa e quente
os chãos de amar
em cores de amantes,
semelhantes, todos semelhantes
no querer.
peço ao tempo, o tempo de te encontrar.
Saramar
Imagem: Bouquereau
Também estou aqui.