DO QUE ME QUEREM


Rasgo cortinas
E me dizem louca.
Sou rainha,
cortejo vândalos
E me pensam mansa.
Compro navios
e me lanço ao mar
buscando unguentos
nas portas do mundo
E me chamam trânsfuga.
Do que me querem
não me apercebo.
Corto as veias e
sangro além
o sofrer pueril
de quem é apenas
rústica silhueta,
quem sabe esboço
de outro alguém.
Saramar
Imagem: Anika

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