ONDE ESTÁS?


Vê o que meus olhos dizem.
Setas mergulhadas no fel.
Do amor, carregam a sina,
caídas em desvãos, ao léu.
Cega, dispersas retinas,
erro o trajeto, descaminho-me
e de ti, perco o rumo, apesar
de ir sempre ao teu encontro.
Onde estás que não me ajudas
a encontrar teus passos
e mostrar meus olhos tristes?
Por que não vens nas runas,
no tempo previsto dos astrólogos
ao encontro dos beijos que guardei,
fogo em minha boca?
Por que se perde também?
Vem.
Busca os mares e, aventureiro,
cruza o meu destino e toma
o que hoje é de ninguém.
Saramar
Imagem: David Stevens

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