Irremediável clown,
de amor colorido e triste,
doce guerreiro
de palavras e dores,
anjo, anjo de lutas tantas,
a rir de si enquanto ama.
Ah, meu amigo, o que fazer de você,
agora que já não diz nem sente?
O que fazer da gente,
quando nada mais há
senão o espanto
de nos saber sós
e não mais sabê-lo,
senão que anda solto por aí
desnorteando outros mundos
com sua doçura?
Diga-me, amigo, amado,
o tamanho dessa dor
e, com palavras tortas,
por quantas vidas vou chorar.Diga-me, por favor!
Saramar
(Para o meu amado amigo, um poeta que se foi em silêncio).