Hoje estou aqui. Venha, por favor, ler um poema.
NÃO É AMOR
Postado por
Saramar
on quarta-feira, julho 23, 2008
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Não é amor o que me atormenta
e como poderia, se ando nua
e gélida, abrigando o medo
para me conter, para não dizer:
vem, aquece minha cama
que sem ti, rasgo o corpo
sem enlanguecer?
Não, amor não pode ser
esta noite que me habita,
cegueira da casa, da xícara
entre minhas mãos percebida
depois que queima.
Se fosse amor, tudo que queima e tarda,
não me atravessaria o inverno,
constante como um amante
que no meu sangue se aquece
querendo não ser.
Frio, de tanto frio, não é o amor.
Disseram que é um fogo, uma crepitante rosa
então que desenho é este,
nos meus olhos profundamente rabiscado,
um círculo azul de neve,
um círculo ártico,
a breve sombra de alguém
que me cega e arde?
Saramar
Imagem: Tom Murphy
DAS PEDRAS MARCADAS PELO AMOR
Postado por
Saramar
on domingo, julho 20, 2008
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Caminhar com você por estas ruas velhas
sobre as pedras cálidas
de todo amor que guardam
e ainda assim,
abismadas da ternura de nossas mãos
que brincam de pegar longe de nós,
em alguma gente que passa
ou no sonho do pássaro sobre o fio.
Caminhar com você é subir montanhas,
aproximar-se dos deuses
e tocar, com o perfume e o fogo,
a vida que vive em volta do nosso amor.
Saramar
sobre as pedras cálidas
de todo amor que guardam
e ainda assim,
abismadas da ternura de nossas mãos
que brincam de pegar longe de nós,
em alguma gente que passa
ou no sonho do pássaro sobre o fio.
Caminhar com você é subir montanhas,
aproximar-se dos deuses
e tocar, com o perfume e o fogo,
a vida que vive em volta do nosso amor.
Saramar
DEPOIS DO MAR
Postado por
Saramar
on sábado, julho 12, 2008
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RECADO
Postado por
Saramar
on segunda-feira, julho 07, 2008
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No meu painel de recados,
havia um encontro marcado
para hoje ou amanhã.
Era curto e mal escrito,
como se o que ali fora dito
não soubesse bem por que.
Pensei no abraço que daria,
na arquitetura do dia,
lírios, rios,
lágrimas pelo doce encontrar.
Sem maior razão, o bilhete,
pedaço de um tempo passado,
quando a lua vinha me acordar
com alguma lembrança, um agrado,
trouxe o tempo de volta,
as noites iluminadas
pelas palavras de amar.
Porém, o encontro marcado,
há muito fora trocado pelo escoar
dos meus olhos, cansados de esperar.
Bem quis rasgar o recado,
desfazer cada palavra,
emudecer dentro do peito,
essa saudade sem jeito.
Mas de que serviria
tentar desmanchar os traços
deste amor que já se foi
se meu tonto coração
vive até hoje aos pedaços?
Saramar
Imagem: Albert Koetsier (modificada)
O SENHOR DAS HORAS
Postado por
Saramar
on terça-feira, julho 01, 2008
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"É presente presente e em mim guardado."
Antoniel Campos
Antoniel Campos
És tu, meu amado, o senhor das horas.
Por teu amor, contarei ao vento
as palavras do meu querer.
e o vento as levará ao seu destino,
de amanhecer em tua alma.
Se asas tivesse, mostraria os meus olhos
e neles, o céu que abriste com teu amor,
e a ternura segura com que me abrigas
e me tomas ao peito, tranquilo porto
de seguir te amando, além de todas as horas.
(poderia morrer de amar assim,
mas vivo, cada dia mais,
que me alimentam, tão doces,
tuas palavras...)
Saramar
Por teu amor, contarei ao vento
as palavras do meu querer.
e o vento as levará ao seu destino,
de amanhecer em tua alma.
Se asas tivesse, mostraria os meus olhos
e neles, o céu que abriste com teu amor,
e a ternura segura com que me abrigas
e me tomas ao peito, tranquilo porto
de seguir te amando, além de todas as horas.
(poderia morrer de amar assim,
mas vivo, cada dia mais,
que me alimentam, tão doces,
tuas palavras...)
Saramar
Imagem: Rejane Guimarães