Na festa vermelha dos sentidos,
verto o sangue do amor, incômoda utopia.
Dobro o corpo e me entrego,
sem remorso,
à féerica farsa dos tristes,
de quem ousou ter esperança.
Sobre a ilusão, enfim desfeita,
de fados,
de flores,
do amante em madrugadas
de íntimo e sereno desfalecer,
pousa a névoa do esquecimento.
Verto o sangue, sangro o seio.
Se pudesse secar o pranto,
seria suave a inelutável dor
pelo meu sonho de amor,
enfim morto.
Saramar