MINHA CASA
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Saramar
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Minha casa é só minha.
Nela enlangueço em dança,
abro todas as portas,
cheiro o ar,
enfeito.
Em minha casa me deito,
choro e adormeço
para acordar refeita
de tanto perfume espalhado.
Em minha casa há segredos
que só meus olhos contemplam.
Se, em alguns dias, esfria,
sei bem onde devo
pousar o fogo,
acender o lume.
Minha casa, só minha,
meu início do dia,
meu noturno aconchego,
minha casa é seu corpo,
onde todo dia me deito.
Saramar
Imagem: Klimt
Hoje tem um poema novo lá no blog do Leo. Não gostaria de ler?
JOÃO E MARIA
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Saramar
on sábado, maio 26, 2007
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Tantos caminhos abriu em meu corpo
tantas lendas de me desvendar.
Era vereda, era caverna, era floresta
ou vice-versa.
Perdido, voltava sempre
por onde já provara antes
e, antes, se perdera.
Mudos, o susto e outros rumos
em medo, em mel, tanto desatino!
Todos os caminhos abertos
sem jeito de voltar,
perdido, perdidos, entre
murmúrios nestes mundos.
Seu feitiço, meus ais, a medo, a fogo,
o céu, a sede e o sabor que, estranho à boca
chove-se em seiva...
e se farta
e me sacio
enfim, reencontrado o caminho.
Saramar
Imagem: Nicoletta
SEARA
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Saramar
on sexta-feira, maio 25, 2007
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Este coração que me habita
é feito uma semente
de frágil plantio.
Os ventos o impedem de
profundezas e emerge,
desamparado.
Este coração que me habita
pede um pouco de fé,
lento semear,
mãos de cuidar
profundamente,
escorrer de água
dia e noite, noite e dia.
Meu coração é feito semente,
procura berço quente,
onde frutificar.
Saramar
é feito uma semente
de frágil plantio.
Os ventos o impedem de
profundezas e emerge,
desamparado.
Este coração que me habita
pede um pouco de fé,
lento semear,
mãos de cuidar
profundamente,
escorrer de água
dia e noite, noite e dia.
Meu coração é feito semente,
procura berço quente,
onde frutificar.
Saramar
Imagem: Lowell Georgia
Hoje tem um poemínimo lá no blog do Leo.
DEPOIS DA NOITE
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Saramar
on segunda-feira, maio 21, 2007
/
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Nesta manhã, amor,
deixo-lhe o mapa
do lúdico, dos lábios
e meus pés descalços.
Saio vestida
com seu corpo,
suas asas levo
aqui dentro,
de tanto vôo
que colocou em mim.
Saramar
Imagem: Bouguereau
deixo-lhe o mapa
do lúdico, dos lábios
e meus pés descalços.
Saio vestida
com seu corpo,
suas asas levo
aqui dentro,
de tanto vôo
que colocou em mim.
Saramar
Imagem: Bouguereau
Hoje tem um poema novo lá no blog do Leo.
ACORDAR
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Saramar
on domingo, maio 20, 2007
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De manhã,
acordo em silêncios,
em penumbras, sonhos lentos.
De manhã em silêncio fico
a ouvir os ecos dos teus gemidos
tremulando em minha boca,
trocando línguas e palavras.
Transe, sustenido,
suspendo o acordar
ergo-me e leve e louca
entrego-te novamente
o seio, o ventre, a boca
ao teu orvalhado desejo,
à tua fome e ao fogo
que reacendes, aos poucos,
com a lava dos teus beijos.
Saramar
Imagem: Cherikov
UM SONHO QUE SONHEI
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Saramar
on quinta-feira, maio 17, 2007
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Comments: (14)
Era um sopro na boca
era um anjo
a tocar
minha alma torta
era o calor
era um beijo
era o fogo, a flama
era o meu amor
e seu retorno,
seu entornar
era agônica vivificação
era lâmina, era chama
uma teia, uma trama,
tudo a me queimar
recozimento de gente,
era quente
e eu um barro
matéria de moldar,
era o beijo, o sopro
era o início do mundo
e o topo
e eu lá sobre chamas
era o voltar
do meu amor
em mim
a me ressuscitar.
Saramar
era um anjo
a tocar
minha alma torta
era o calor
era um beijo
era o fogo, a flama
era o meu amor
e seu retorno,
seu entornar
era agônica vivificação
era lâmina, era chama
uma teia, uma trama,
tudo a me queimar
recozimento de gente,
era quente
e eu um barro
matéria de moldar,
era o beijo, o sopro
era o início do mundo
e o topo
e eu lá sobre chamas
era o voltar
do meu amor
em mim
a me ressuscitar.
Saramar
O DIA
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Saramar
on quarta-feira, maio 16, 2007
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Comments: (6)
Transborda o sol pelas manhãs
cavalo alado, azul, amarelo
carregado dos sonhos
dos esconsos sonolentos
e se desata
em tons vários.
Passeia, Pégaso, iluminando letras,
palavras.
Em lenta rota de luz, louva a vida
que carrega em si,
novelos a desenrolar-se,
semente de brotar quentes,
jardins, vidas, vidas.
Descansa o sol pelas tardes
boceja em horizontes longes, longes
um dia distantes da manhã,
sonolento calor, quenturas de colo
de nuvens,
até amanhã.
Saramar
cavalo alado, azul, amarelo
carregado dos sonhos
dos esconsos sonolentos
e se desata
em tons vários.
Passeia, Pégaso, iluminando letras,
palavras.
Em lenta rota de luz, louva a vida
que carrega em si,
novelos a desenrolar-se,
semente de brotar quentes,
jardins, vidas, vidas.
Descansa o sol pelas tardes
boceja em horizontes longes, longes
um dia distantes da manhã,
sonolento calor, quenturas de colo
de nuvens,
até amanhã.
Saramar
Imagem: Les Lambson
EM VÃO
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Saramar
on segunda-feira, maio 14, 2007
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Comments: (12)
Eu te dei meu amor,
Dei o corpo e o beijo,
as noites intermináveis,
a saudade.
Dei a receita
e o modo de fazer os dias,
com carinho.
Dei a dica,
eu te queria domador
de solidão.
Eu te queria tanto, amor.
Tudo em vão.
Saramar
Hoje tem um poeminha novo lá no lindíssimo blog do Leo. Quer ler?
MÃE
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Saramar
on domingo, maio 13, 2007
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Mãe não é nada diferente
da outra mulher
ou do homem, sequer.
É só uma mulher que quer
ir à frente da vida
que ela mesma fez ser
para a proteger.
Mãe é um querer,
é um ser que cria utopia
todo dia
para seu filho nela habitar.
Mãe é um amar tão constante
e uma vontade de abraçar
e acalanto
e pranto.
Mãe é um mundo,
um poço sem fundo
de se entregar
a todas as circunstâncias.
Mãe é doer,
Mãe é doar.
Saramar
Imagem: Marta Gottfriend
da outra mulher
ou do homem, sequer.
É só uma mulher que quer
ir à frente da vida
que ela mesma fez ser
para a proteger.
Mãe é um querer,
é um ser que cria utopia
todo dia
para seu filho nela habitar.
Mãe é um amar tão constante
e uma vontade de abraçar
e acalanto
e pranto.
Mãe é um mundo,
um poço sem fundo
de se entregar
a todas as circunstâncias.
Mãe é doer,
Mãe é doar.
Saramar
Imagem: Marta Gottfriend
INFINITAMENTE
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Saramar
on domingo, maio 06, 2007
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PRISÃO
Postado por
Saramar
on sábado, maio 05, 2007
/
Comments: (7)
Sinto o desespero das águas
enclausuradas em nuvens
e a sede que sentem de logo chover.
É uma ilha o que meu espelho reflete
e sua líquida prisão habitada por monstros.
Quem abre minha porta, só enxerga o
aquário meio sujo pelos meus anos
e dentro dele, uma criatura só, salobra
e triste, feita de solidão e assombro.
Saramar
Imagem: Keit Levit
ADÃO E EVA
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Saramar
on quinta-feira, maio 03, 2007
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