VIAGEM


Se fora em Lisboa,
subiria a ladeira com Ricardo Reis
e temeríamos juntos, algum beco
de antigo e parco lampião.

Talvez um café entre silêncios,
cada um com sua saudade
se derramando quente,
em pires indiferente.

Haveria, porém, uma esperança
sob a ansiedade de todo não
a que ele e eu nos acostumamos.

Mas nem Lígia sou e o desamor
é sempre o que é...
irremediável dor
e seu remo de conduzir, o pranto.

Quem sabe no Porto eu seria feliz?
E o meu amor que julgara morto,
saltimbanco, torto, se assim ele fosse,
dobraria a esquina como quem diz:
- “vem, eu esperei tanto!”

Saramar

9 comentários:

Ricardo Rayol disse...

eu queria ir a aveiro
nos frios dias de janeiro
sentado no outeiro
sentir a força do aguaceiro.

anda sumida minha gurua.

Anônimo disse...

Que bom que está de volta Saramar!
Lindo o poema...o final é tudo que uma mulher gostaria de ouvir, não é mesmo? rs


Boa tarde!

Branca disse...

Há muito que penso visitá-la, mas o tempo corre demasiado depressa entre compromissos e as pessoas andam na nossa cabeça, sem que muitas vezes lhes consigamos chegar quando queremos.
Mas, aqui estou a admirar este belo poema, que me diz dos bons conhecimentos que tem do nosso país e da nossa cultura, sobretudo de Fernando Pessoa e dos seus heterónimos. Gostei muito da parte final, desse amor leal que espera...
Eu sou do Porto, sabe?
Beijinho

Voodoo disse...

Boa noite,

Verdade, não pode existir frase tão bela quanto:
"Vem, eu esperei tanto"
Assim sonhamos nós.
bjs.

Lia Noronha disse...

Saramar: viajo sempre...nas sua maravilhosas palavras.Bjus mil

Lia Noronha disse...

Saramar: viajo sempre...nas sua maravilhosas palavras.Bjus mil

Lia Noronha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Márcia disse...

Eu ainda irei com meu anjo para Portugal, qualquer lugar com ele é lua de mel, mas ali será especial, ainda irei...
dias lindos doce Saramar
beijos

un dress disse...

no porto não sei minha querida...:)

procurei e...


mas talvez mais a sul!

...mais lisboa...?





.beijO