CHUVA


Chove e há um ar de dança nas folhas.
Passarinhos desenham malabarismos
nas poças, nos riachinhos largífluos e
em ramos alegres, quase marítimos.
Chove, chove longamente e as ruas
brilham, líquidas, rios efêmeros.
A chuva carrega os passantes e cria
ilusões de sombras e luzes e névoas
que também dançam em calçadas nuas.
Lá fora, a chuva é festa na tarde fria.
Aqui dentro, é tempestade de mágoas.
Saramar


Imagem: Denis Lolet

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