TERNURAS


Em meu amor há tanta ternura!
Velam-se meus olhos com as
palavras quase infantis com que
me acorda o corpo.
Em meu amor, há tal ternura.
Suas mãos, borboletas irrequietas
a brincar em minha pele jardim.
Em meu amor, a ternura é um
cálice a se derramar, beijos são gotas
e se desmancham em meu corpo.
Em meu amor, a ternura é uma
bolha de sabão, colorida, crescente.
Bolha infinita e breve e eu inteira
suspensa, a esperar o momento
em que vai, em mim, explodir
Ternamente.
Saramar

Foto: Andre Lopes

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