ILHA


Seu corpo é uma ilha oculta
Onde meus olhos se perdem.

Aproximo-me dele,

náufrago que sou,
na insana busca da
seiva que manterá
meu corpo faminto.

Altos ramos rijos a me
enlaçar, prendendo-me
em seus liames musgosos.

Pântanos em que mergulho
e onde, insensata, sufoco sorrindo.

Montanhas áridas e belas,
cobertas apenas com a
penugem crua dos sedentos
que corta meus lábios e
fere minhas pernas.

E, súbito, líquido dulcíssimo,
seiva que eu buscava,
água da vida, jorrando
em meu corpo aberto
e finalmente saciado.
Saramar

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