CENÁRIO



Na planície estorricada secam florezinhas
azuis e vermelho sangue.
As sobras pretas erguem pedidos de socorro.
O rio passeia calmo, preto, verde, branco.
Insetos cegos tremulam no calor e fazem
zoada onde existia música de pássaros.
Mil sóis embraseiam o chão e o pão.
O rio passeia, calmo, preto, verde.
Lagartixas negras como a tarde perambulam em pedras.
Fagulhas, riscos negros, carvão, carvão.
O rio passeia, calmo, preto.
Cumbuquinhas jazem, patéticas, de látex.
Contas, colares de cores, negros.
O rio passeia preto.
Sombras de movimentos derrotados, a êsmo.
Reetrocedem os homens e suas mãos destruidoras.
Eo rio passeia.
Deserto, voragem.
Preto, preto.

3 comentários:

Anônimo disse...

Saramar, seu nome é uma delícia, adoro nomes que têm um pé no lirismo.
Nada de postar poemas, tá legal? É muito chato, poesia boa passa ao largo da rede.
Em seu próximo post, por favor, permita-me conhecê-la mais, seja mais pessoal, denuncie-se, rasgue seu peito.
Voltarei para sugar-lhe as infomações como se eu, vampiro, banqueteasse-me com sua jugular.
Lembre-se: à meia-noite eu beberei sua alma de pomba.
Yours

Saramar disse...

Quer me conhecer melhor? Por favor, visite meu outro blog, que anda meio policando, mas contém também risos e lágrimas.

http://lidosevividos.zip.net/

Lia Noronha disse...

Sara: adorei a sua poesia.E ao contrário desse amigo misterioso que postou acima,eu te digo que a sua poesia tem encantamento e força.

Boa noite de quarta-feira e abraço carinhoso.